// Nós Matamos o Cão Tinhoso (2010)Estreia | 20 de Maio de 2010 em Palmela.
Texto | a partir do conto de Luis Bernardo Honwana Dramaturgia e Encenação | Nuno Pino Custódio Espaço Cénico e Figurinos | Marta Carreiras Coordenação Musical | Rui Júnior Oralidade | Teresa Lima Desenho de Luz | João Cachulo Assistência de Encenação | Hugo Gama Interpretação | Nicolas Brites, Nuno Nunes, Raúl Atalaia, Rosinda Costa e Sara de Castro |
Quantos destinos nos abandonam ao entrarmos no caminho dos homens? Quantos caminhos abandonamos no destino que seguimos? Invocamos o coro e a estrutura das tragédias para traçar o conflito que a todos nos percorre. O conflito que se ergue entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que lembramos e o que crescemos, entre o que amamos e o que tememos. Pois ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos, o cão do medo, o cão da guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão da decadência, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade. Porque todos os gestos que desenhamos no exterior já aconteceram antes disso dentro de nós. E aquilo que ao mundo damos, seja morte ou seja amor, só a nós oferecemos em silêncio. Mas quando o destino nos escolhe, qual é o destino que escolhemos? (sinopse do espectáculo) O Cão Tinhoso olhava-me com força. Os seus olhos azuis não tinham brilho nenhum, mas eram enormes e estavam cheios de lágrimas que lhe escorriam pelo focinho. Metiam medo aqueles olhos, assim tão grandes, a olhar como uma pessoa a pedir qualquer coisa sem querer dizer. Eu tinha uma danada vontade de chorar mas não podia fazer isso com a malta toda a olhar para mim. (assista aqui ao trailer do espectáculo) |