// A Morte do Palhaço (2011)

Estreia | 28 de Abril de 2011 no Mosteiro de São Bento da Vitória, Porto

Texto Raul Brandão | Dramaturgia e Encenação João Brites
Libreto Nuno Júdice | Composição Musical José Mário Branco
Direcção Musical Jorge Salgueiro | Espaço Cénico Nuno Carinhas
Oralidade Teresa Lima | Corporalidade Jo Stone
Figurinos
Clara Bento | Adereços Fátima Santos
Desenho de Luz
Rui Simão | Desenho de Som Joel Azevedo
Assistência à Direcção Artística
António Braga da Silva

De uma galeria de figuras marginais que se encontram de passagem no seu percurso infindável, de uma colecção de refugiados cujo olhar está sempre à espera de um Verão que nunca chega, surge-nos um palhaço indigente que se ergue contra o mundo, "como se um bicho de esgoto criasse asas e se pusesse a voar”. Passados vinte anos, o Teatro O Bando regressa às palavras de Raul Brandão (1867-1930) e à música de José Mário Branco, mas a este gesto dificilmente poderíamos chamar reposição, porque no caso concreto destes incansáveis alquimistas, uma nova paisagem cénica e uma nova visão dramatúrgica implicam necessariamente outras formas de organização e percepção.
A Morte do Palhaço é um espectáculo onde a luta quotidiana se aproxima dos sonhos, ainda que para tal tenha de sacrificar a realidade. Um espectáculo que procura derrubar portas invencíveis, portas que não se abrem, que não se vergam e que só cedem com o peso de uma vida, pois sempre morre alguém para que a humanidade dê um novo passo.

(sinopse do espectáculo)

Dona Felicidade Poeta: Quem há aí que seja a sós o mesmo que é cá fora e quem foi que em certas horas não representou até consigo mesmo? Vivemos todos de máscara e representamos como velhos actores.
Serena Rainha Clown: Só somos felizes quando nos refugiamos no sonho, construindo à nossa vontade um mundo quimérico onde somos reis ou palhaços.
Palhaço Faz-Tudo: O cenário está em brasa. Queres ser rainha? Queres vingar-te? Sonha!