// Merlim (2000)Estreia 8 de Junho na Quinta do Bando, Vale de Barris Co-produção Teatro Nacional S. João, Porto 2001 e Teatro O Bando Texto Peça de teatro de Tankred Dorst e Ursula Ehler, 1981, sob o título "Merlim ou a terra deserta” Tradução Vera San Payo Lemos | Dramaturgia e Encenação João Brites | Música Original Jorge Salgueiro | Espaço Cénico Rui Francisco | Figurinos Mariana Sá Nogueira | Figurantes Nicolas Brites/ Pepe Velasco, Joana Brandão/ Susana Vidal | Mestra costureira: Teresa Louro | Com Adelaide João, Andreia Pinheiro, Antónia Terrinha, Bibi Gomes, Bruno Bravo, Dolores de Matos, Fátima Santos, Gonçalo Amorim, Horácio Manuel, João Ricardo, Miguel Moreira, Paula Só, Romeu Costa, Victor Santos. ; Cantores | Ana Brandão, Carlos Coias ; Músicos | Abilio Coelho, Mário Carolino (1º Trompete), José Carapeto, Luís Silva (2ºTrompete), Nuno Gaito, Paulo Fragoso ( Trombone), Nuno Fernandes, Pedro Florindo (Tuba), Hugo Gaito, João Pedro ( Saxofone Tenor), Jorge Nunes, Paulo Martins (Flauta), José Carinhas, Pedro Araújo ( Percurssão). ; Figurantes | Nicolas Brites/ Pepe Velasco, Joana Brandão/ Susana Vidal |
Ao entardecer a luz do sol transforma-se, imperceptivelmente, em luz de projectores que iluminam todos os que acreditam na busca do Graal. Enquanto os actores se questionam sobre o sentido das nossas democracias, as personagens procuram o sentido das Távolas Redondas. Sobre as colinas, a duzentos metros de distância, ou em cima dos muros, sobre os telhados ou nos troncos de uma arvore, a nove metros de altura ou na lama, circulando em motas ou deitados em volta do fogo. (sinopse do espectáculo) Artur: Merlim, vou vencer amanhã? Merlim: Porque é que estás a lutar, Artur? Artur: Há bocado, no meu sonho, tinha-me esquecido porquê e chamei-te para te perguntar. Merlim: Mas agora já sabes porquê? Artur: Porque tem de ser!… Eu sou o rei… Tenho a obrigação de reconquistar o meu reino… que o meu filho disputa para si. Merlim: E se não lutasses…? Artur: Mas eu tenho de lutar! Tenho de lutar Merlim: E o que é que os outros dizem? Artur: Quais outros? Merlim: Os cem mil homens que vão partir contigo para a batalha e vão morrer em combate. Artur: Eu queria um mundo melhor do que o mundo bárbaro em que vivíamos. Queria que o espírito reinasse sobre o caos. Merlim: É por isso que vais lutar contra ele, Artur? Artur: É! Mas mesmo assim acho que isto é tudo um disparate. Foi por uma estupidez qualquer que eu entrei neste dilema de que não consigo sair. Porque é que há guerras neste mundo? Será por minha causa? Será que sou eu, o rei, que convenço cem mil homens sensatos a matarem-se uns aos outros? (1) Ou será o Mordrete? Ou será uma outra coisa qualquer? Talvez a questão da propriedade e da posse? Uns dizem que é por causa disso. Ou será que existe nos homens um movimento obscuro, insondável, fantástico, que os impele com uma força irresistível para a morte? Diz-me, Merlim, vamos vencer? Eu vou vencer? Merlim: Sim, Artur, tu vais vencer! Mas para que queres tu ser assim tão forte? Artur: Que pergunta mais parva, Merlim! Vamos vencer! Vencer! Vencer! |