// A Saga (2008)

Estreia | 19 de Junho no Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
Texto | Sophia de Mello Breyner Andresen
Dramaturgia e Encenação João Brites | Composição Musical Jorge Salgueiro | Espaço Cénico João Brites e Rui Francisco | Oralidade Teresa Lima | Corporalidade Aldara Bizarro | Figurinos Vera Castro | Adereços Clara Bento | Paisagismo Mariana Sargo | Assistente da Direcção Artística Sara de Castro | Desenho de Luz João Cachulo | Desenho de Som Sérgio Milano e Miguel Mendes | Maestro Carlos da Silva Ribeiro e Délio Gonçalves | Orquestra Banda da Armada Portuguesa
Com | Ana Brandão Cantores Filipa Lopes, Inês Madeira, João Sebastião, Rossano Ghira e Sara Belo (cantores líricos); Francisco Fanhais e Cristina Ribeiro (cantores populares); Fernando Ribeiro ou Rui Sidónio (cantores heavy/rock) Bailarinos Pedro Ramos e Sandra Rosado



A SAGA – Ópera Extravagante é um estuário onde desaguam a poesia e a prosa de Sophia de Mello Breyner Andresen – onde flutuam os cânticos, emergem os gritos e viajam as palavras. Onde se contemplam as ondas recorrentes dos afectos e se escutam as histórias que invocam as aventuras passadas, cruzando os oceanos em que a memória navega e o tempo naufraga. 

A SAGA – Ópera Extravagante é um mega-evento com encenação de João Brites que apresenta uma viagem pelas linguagens artísticas do teatro e da música, da dança e da poesia (estando a legendagem integrada dinamicamente na construção cénica). 

A SAGA – Ópera Extravagante é uma ópera com composição musical de Jorge Salgueiro que envolve cerca de 60 músicos e várias vozes muito distintas, cruzando cantores líricos (como Filipa Lopes, Inês Madeira e João Sebastião) com intérpretes ligados aos universos da música popular (como Francisco Fanhais) ou até mesmo do heavy/rock (como Fernando Ribeiro ou Rui Sidónio, vocalistas dos Moonspell e Bizarra Locomotiva, respectivamente).

A SAGA – Ópera Extravagante caminha "nos caminhos onde o tempo / como um monstro a si próprio se devora”, e ergue-se "da ordem e do silêncio do universo” para a "infinita liberdade”.

(sinopse do espectáculo)


Joana Hans
Atravesso a sala e debruço-me na janela aberta em frente do puro instante azul da noite. As estrelas brilham, íntimas e distantes. E parece-me que entre mim e a casa e as estrelas foi estabelecida desde sempre uma aliança. É como se o peso da minha consciência fosse necessário ao equilíbrio das constelações, É como se uma intensa unidade atravessasse o universo inteiro. E eu habitasse essa unidade.


Deusa Capitão de Pirataria
Há muito que deixei aquela praia / De grandes areais e grandes vagas / Mas sou eu ainda quem na brisa respira / E é por mim que espera cintilando a maré vaza.

Laura Filha de Joana
Em Agosto, chegou à ilha, um cargueiro inglês que se chamava Angus.

Deusa Capitão de Pirataria
O capitão era um homem de barba ruiva e aspecto terrível que navegara até aos mares da China.

Laura Filha de Joana
Foi no Angus que Joana fugiu da ilha, alistada como grumete.