// Viagem (1987)Estreia | 7 de Março no Teatro Comuna Texto | conto de Sophia de Mello Breyner Dramaturgia, encenação e cenografia | João Brites Com | Antónia Terrinha, Horácio Manuel, Jorge Laurentino, Maria Almeida, Paula Só, Raúl Atalaia e Tiza Gonçalves |
Numa estrada, entre campos, dirige-se um casal de automóvel para um jardim maravilhoso, onde iriam tomar banho no rio e descansar na relva. No entanto a meio do caminho, «a meio da vida», sentiam que estavam perdidos, as coisas fugiam para trás, tudo muda, o carro onde viajavam desaparece, desaparece o cavador com que quem tinham falado, a fonte onde tinham bebido água, a casa onde haviam estado, as serras, as flores que tinham cheirado, as maças que haviam comido, a luz. Tudo vai desaparecendo sem explicação. Já a noite estava cerrada, quando se deparam com um abismo. Ambos desaparecem, primeiro ele, e depois ela, com esperança de que do outro lado do abismo encontra-se alguém. (sinopse do espectáculo) Ela: É o meio da vida. Ele: Aãhh? Ela: É o meio da vida. Ele: Ah! Uma voz: através dos vidros, as coisas fugiam para trás. As casas, as pontes, as serras, as aldeias, as arvores e os rios fugiam e pareciam devorados sucessivamente. Era como se a própria estrada os engolisse. Uma voz: Surgiu uma encruzilhada. Aí viraram à direita. E seguiram. Ele: Devemos estar a chegar. |