// Terceira Margem (1990)


Estreia | 1 de Junho no Teatro Nacional
Texto | J. Guimarães Rosa (Brasil 1908-1967)

Dramaturgia, encenação e cenografia | João Brites
Assistência | Cândido Ferreira e Kot Kotecki
Figurinos | Bibi Gomes
Desenho sonoro | José Pedro Caiado
Técnica vocal | Luis Pedro Faro

Com | Adelaide João, Ção Reys e Sousa, Dina Lopes, F. Pedro Oliveira e Vasco Gil



Um homem vive na margem de um rio, e por razões desconhecidas, decide abandonar  a família e meter-se numa pequena embarcação no meio do rio. O tempo passa e o pai não abandona o meio do rio, nem responde aos apelos familiares para regressar. Os dias passam-se e torna-se um acontecimento público, jornalistas, a população vizinha, deslocam-se até à margem para confirmar aquele caso insólito de um homem que se isola no meio do rio.
Os anos passam, e o homem lá continua, a filha casa-se e já tem um filho, o filho por sua vez já tem cabelos brancos, e decide-se a pedir ao pai para sair do meio do rio, o pai ruma para a margem, mas surpresa, o filho não consegue enfrentar o pai e foge.

(sinopse do espectáculo)


Filha: Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa. Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequen, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. 
Mãe: Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ía propor agora para pescarias e caçadas? Canoa especial, de pau vinhático… para durar na água… uns vinte ou trinta anos!
Filho: Nossa mãe jurou muito contra a ideia.
Mãe: Canoa especial… Para pescarias e caçadas?
Filho: Nosso pai não dizia nada.