// Nora (1988)

Estreia | 26 de Março no Teatro da Comuna
Textos | Gonçalo Fernandes Trancoso

Encenação e cenografia | João Brites
Música | Jorge Laurentino
Música/cordas | Jorge Laurentino
Música/Vozes | Luís Pedro Faro
Percussão/Passos | Raúl Atalaia

Com | Antónia Terrinha, Bibi Perestrelo, Carla Mourão, Cristina Chaffirovitch, Horácio Manuel, Jorge Laurentino, José Abreu, Mª Emília Correia, Pompeu José, Raul Atalaia, Rui Pais e Tiza Gonçalves


São dois irmãos: filhos dos mesmos pais e por vezes das mesmas mães. Uns príncipes, outros plebeus. Há 3000 anos ou mais que percorrem narrativas orais e escritas em muitas línguas do mundo, anónimas e de autores famosos. Um é pobre, o outro rico. Têm mulheres diferentes, mas também pode acontecer que amem ou desejem a mesma mulher que se faz desejar. Homem bom / homem mau. Mulher boa e mulher má, sempre de mais ardil e mentira do que qualquer homem. E, através das mulheres, suas ou alheias, aqueles que primeiro foram filhos serão pais. [...] Os percursos serão sempre circulares, como o andamento da nora. E a casa de onde se parte será sempre o ponto de chegada.

(sinopse do espectáculo)


"Litigaram de palavras por algum tempo e apareceu então um homem de cabelos brancos e dentes postiços. 
Porque motivo falam tão alto? – perguntou-lhes o desconhecido de cabelos brancos. Cada um fez a sua exposição do assunto, e o homem respondeu, perguntando: 
- Querem que eu resolva a questão?
- Quem é o senhor?
- Eu sou a justiça e este será o meu primeiro julgamento.
- Estamos de acordo, resolva como entender de justiça.
Então a justiça pegou na ostra, abriu-a com a ponta da navalha, comeu o miolo e entregou a cada um dos litigantes uma das duas cascas, dizendo: 
- "Serão sempre assim os meus julgamentos e assim têm sido sempre.”. 
A justiça fica com o miolo da questão.”