// S. Cristóvão (1985)Estreia | 21 de Fevereiro no Teatro Comuna Texto | "S. Cristóvão” de Eça de Queiroz (Portugal séc. XIX) Adaptação e dramaturgia | Cândido Ferreira Encenação e cenografia | João Brites Assistência de cenografia | Isabel Carretas Com | Antónia Terrinha, Cândido Ferreira, Jorge Laurentino e Paula Só |
Adaptada do conhecido conto de S.Cristovão, de Eça de Queiroz, esta peça demonstra um conflito de personagens que defendem ideias e interesses aparentemente opostos: Cristovão representa o comportamento cristão, Maria Chipia apoia-se no vitalismo de Nietzsch e Violeira Maria no positivismo de Bertrand Russel. Para além deles o diabo, que já não sabe bem quem é. O espectáculo tem início com um casamento, que não se chega a concretizar, e com uma assembleia de bruxas. São postos em confronto os valores tradicionais do bem e do mal e o público é posto em contacto com uma Idade Média, repleta de contradições, em que os conflitos sociais, a fome, o domínio da igreja, o receio dos diabos e da bruxaria fazem parte da sociedade. (sinopse do espectáculo) Maria Chipia: Alguém se opõe à realização deste casamento? Eu! Eu oponho-me. Este casamento não se vai efectuar. Violeira Maria: Mas Maria. Maria Chipia: Maria Chipia. Violeira Maria: Porque queres agora contrariar as nossas vontades? Maria Chipia: Violeira Maria, não armes em ingénua. Cristóvão: Nunca consigo levar até ao fim aquilo que me meto. Violeira Maria: Deixa-nos casar primeiro, Maria Chipia. Maria Chipia: Nunca Violeira Maria. Primeiro o dever. Depois o prazer. Casamento só no fim desta sessão. Cristóvão: Por uma vez podíamos mudar. Maria Chipia: Parecia casamento, mas não é casamento. É uma reunião, uma reunião muito importante. Estamos no Prado do Bode. |