// Cenas da Vida de El-Rei Ramiro (1980)


Estreia | 19 de Dezembro em Montemor-o-Novo
Texto legendário de tradição oral

Adaptação, encenação e cenografia | João Brites

Com | Brigitte Platière, Cândido Ferreira, Horácio Manuel e José Carretas

A amabilidade vai cedendo a passo à guerra fria. Uma pessoa que estivesse do lado de fora, assistia a uma dança grotesca. Agora entra um, agora sai o outro. E vai atraz. Um não quer entrar, o outro não quer sair. Saiem os dois. Entram os dois. O Chiqueiro aumenta. A carroça treme. As vozes deles voam. As luzes acendem-se nos prédios à volta, como se os gritos de Fernão e Ramiro lhes batessem às janelas. Conclusão, a polícia vem, pede-lhes autorizações que não têem, apreende-lhes a cama de mão e os dois acabam a noite ao relento cobertos pelos jornais em cima dos sacos. Enregalados e calados. Ramiro esteve quase para se atirar ao polícia, mas Fernão fez-lhe sinal com o olho bom para ficar onde estava.

(sinopse do espectáculo)


Rainha: A Rainha ao vê-lo disse: Rei Ramiro quem te trouxe aqui?
Rei: E Ele disse: mas, o teu amor.
Mouro: Passos do mouro Abencadan esconderam rei Ramiro.
Rainha: Conta-se que o mouro Abencadan e a rainha jantaram juntos. Depois do jantar a rainha disse: Se tu tivesses aqui rei Ramiro, que lhe farias?
Mouro: O mouro então respondeu: O que ele a mim me faria: matava-o.
Rainha: Então a rainha foi buscar rei Ramiro onde estava escondido.
Mouro: Conta-se que a rainha trouxe o marido diante do mouro e o mouro disse-lhe: És tu rei Ramiro?
Rei: E ele respondeu: eu sou.