// FILHO? (2019)

texto a partir de "Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas" de AFONSO CRUZ
dramaturgia e encenação JOÃO NECA
cenografia FILIPA MALVA E RUI FRANCISCO música JORGE SALGUEIRO figurinos e adereços FILIPA MALVA
ilustração ANA BISCAIA apoio à oralidade RITA BRITO desenho de luz JONATHAN DE AZEVEDO
desenho de som MIGUEL LIMA grafismo PAUL HARDMAN fotografia CARLOS GOMES cabeleireiro CARLOS GAGO (Ilídio Design) produção RITA BRITO E CÁTIA OLIVEIRA

com JOÃO SANTOS, MARGARIDA SOUSA e RAUL ATALAIA
participação especial MIGUEL ROSADO música gravada PEDRO ALMEIDA

criação TEATRO O BANDO E TEATRÃO

24 de Outubro a 10 de Novembro

Quinta e Sexta às 21h | Sábado às 17h e 21h | Domingo às 11h e às 17h

Vale dos Barris, Palmela
info e res. 212336850 / bilheteira@obando.pt

28 de Novembro a 28 de Dezembro
Oficina Municipal do Teatro, Coimbra
info e res. aqui

"Procura uma resposta, mas as respostas são perguntas mortas. São as perguntas que nos fazem mexer. As certezas fazem-nos parar. As perguntas são a porta da rua. Quando nos interrogamos, quando duvidamos das nossas paredes, é porque estamos a passar pela porta. É preciso esquecer os países, as fronteiras, as certezas. O futuro é uma pergunta.”

FILHO? é um olhar sobre os filhos que somos e que temos, filhos que vemos e sentimos, filhos que ganhamos e perdemos, filhos que adoptamos e abandonamos, filhos por quem sofremos e por quem vivemos.
O lugar desta ficção é uma casa desenhada à mão por Fazal, Aminah e Badini, uma família de sobreviventes numa cidade ocupada pelas dúvidas que se ouvem ao longe. Entre eles está um Filho, real e imaginado, espanto e rebeldia, pulsão e astúcia.
As ruas falam de exércitos e as portas abrem-se para deixar entrar a tragédia e a felicidade. Rompendo o silêncio, as janelas iluminam a invisibilidade das crianças, recrutando os mais novos para a única batalha que vale a pena: a guerra das perguntas.

FILHO? é uma cocriação do Teatro O Bando e do Teatrão dirigida à infância e juventude, numa parceria artística que pretende estabelecer uma ponte efectiva salvaguardando as diferentes linguagens e aproximações estéticas.
Procuramos uma sadia cumplicidade, uma provocação e uma exigência artística profícua que, atravessando processos de investigação e de formação, resulte num objeto surpreendente e desafiante para os jovens espectadores.
Por isso acreditamos que este FILHO? é também um exercício de cidadania e nasce num momento social de enorme divergência de opiniões, em que o diálogo, a cumplicidade e a partilha humana são utopias de uma sociedade contemporânea egocêntrica, extremada e
dividida.
FILHO? tem como ponto de partida conceptual o livro não escrito para teatro "Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas”, obra encantatória de Afonso Cruz, que aborda os temas da morte, da perda, da solidão e da redenção, normalmente afastados das narrativas teatrais para este público-alvo.
Numa geração acelerada e constantemente estimulada, este espectáculo reflecte sobre estas temáticas sensíveis através de um tempo dilatado, de um silêncio preenchido e de sensações e emoções, tantas vezes inexplicáveis.
Através da abstração e do simbolismo, acreditamos que do palco temos outro olhar sobre a forma como o mundo pula e avança. Através do silêncio, tentamos perceber os ruídos que diariamente nos inundam. Através da ficção, escolhemos melhor a nossa perspectiva sobre a realidade.
Num registo eticamente cuidado, implicado politicamente e sem moralismos, queremos que os públicos, através dos personagens, sejam convocados para a acção e para a narrativa, assumindo que são parte integrante da ficção que à frente deles se irá construir, contando com todos para, em conjunto, enchermos o dia-a-dia de pontos de interrogação.